HISTÓRICO DO MUNICÍPIO
O desbravador da região do Rio Grande, onde hoje se localiza o município de Cristais, foi o bandeirante Lourenço Castanho Taques, provavelmente entre 1675 a 1690, quando perseguia os habitantes naturais da região, os índios cataguases .
A História de Cristais se encontra marcada por fatos históricos documentados:
- a carta do governador Gomes Freire de Andrade, datada em 1746, para o Capitão de Cavalaria Antônio João de Oliveira, confiando-lhe o comando das tropas para atacar a Primeira Povoação do Ambrósio ( Quilombo do Ambrósio), hoje município de Cristais;
- as cartas de sesmarias de Constantino Barbosa da Cunha ( 1765) e de seu genro Romão Fagundes do Amaral ( 1775), registrando suas presenças no território do extinto Quilombo do Ambrósio;
- a provisão do uso de uma ermida,edificada sob a invocação de Nossa Senhora da Ajuda, em 1791, assinada pelo bispo de Mariana Frei Domingos da Encarnação Pontével.
Erguida a capela, foram edificadas ao seu redor, as primeiras moradias. Assim, iniciou-se a formação do Arraial de Nossa Senhora da Ajuda do Rio Grande dos Cristais. A Igreja de Nossa Senhora da Ajuda é um exemplar da arquitetura barroca mineira do século XVIII.
O cristal de rocha, abundante na região, teria atraído os primeiros habitantes para o local. Razão também do topônimo, conhecido desde os primórdios, agregado ao nome da padroeira.
O distrito de Nossa Senhora da Ajuda dos Cristais foi criado em 1864, pertencendo ao atual município de Boa Esperança até 1868 quando passou a pertencer a Itapecerica, antigo Tamanduá. Em 1882, passa a pertencer ao município de Campo Belo, emancipando-se, em 27 DE DEZEMBRO DE 1948. A população cresceu, a cidade expandiu morosamente. O pequeno comércio / indústria e outros serviços se diversificaram em decorrência da luta de muitos cristalenses.
Ao longo dos tempos, a cidade modernizou-se, expandiu-se verticalmente e tornou-se um pequeno centro industrial, fruto das facções de jeans, embora o sustentáculo da economia seja a agricultura.
Inúmeros são os atrativos naturais de Cristais, a começar pelo lago de Furnas, que contorna o município, rico em peixes e propício para a prática de esportes náuticos. Em seguida, vem Porto Fernandes, localizado às margens do rio Grande, de águas tranqüilas e paisagem exuberante, com balsa de travessia para Guapé, e a serra de Cristais, coberta por vegetação de cerrado, oferecendo um paisagismo deslumbrante. O turismo cultural começa a ser explorado com visitações ao Morro do Quilombo e da Meia laranja, locais das guerras do extermínio do Quilombo do Ambrósio, onde se encontram vestígios de uma olaria com resquícios quilombolas, e a estrada boiadeira construída pelos escravos.
As celebrações da Festa do Rosário/Reinado remontam ao início do século XIX. O vigor das manifestações do legado quilombola é um verdadeiro símbolo de resistência da cultura afro-mineira. As festas religiosas revivem as tradições preservadas ao longo dos tempos: a Semana Santa com as procissões, cânticos em latim, figurado bíblico e imagens de rara beleza compõem as encenações da paixão e morte de Jesus Cristo.
Com esse histórico que remonta ao século XVIII, temos como resultado nos dias de hoje, uma Cultura municipal diversificada e ricamente documentada.
A política de preservação do patrimônio cultural apresenta um trabalho de revitalização das manifestações culturais, a partir de suas raízes.
O município apresenta um calendário anual das manifestações culturais:
Janeiro – Revellion - Folia de Reis
Fevereiro – Carnaval
Março/Abril – Semana Santa com encenações ao vivo – grupo de teatro amador c/ 150
figurantes
Maio – Festa da Padroeira - Exposição de Orquídeas
Junho – Festa da Cidade - Quermesse junina
Setembro – Semana da Pátria - Jornada Mineira do Patrimônio Cultural
Outubro - Festa do Reinado - Dia das Crianças
Novembro – Dia da Consciência Negra
Dezembro –Festejos do Natal
O COMPAC – Conselho Municipal do Patrimônio Cultural - foi instituído pelo Decreto Nº 07 de 03/04/2002 iniciando, no mesmo ano, os serviços para a proteção do patrimônio cultural. A partir de 2005, atendendo às determinações do IEPHA, priorizou três linhas de atividades:
- Recuperação e resgate do histórico do município;
- Educação Patrimonial;
- Identificação, inventário e tombamento dos bens culturais relevantes.
Quanto ao 1º item, hoje temos uma história, pesquisada, estudada e publicada, toda documentada, rica em informações ( documentos, textos, mapas, cartas de sesmarias, genealogias, ) balizando um período histórico, à partir de 1720 até os nossos dias.
A Educação Patrimonial é um trabalho realizado nas escolas municipais com a aplicação de cartilhas sensibilizando as comunidades: escolar e civil para o conhecimento e preservação dos bens patrimoniais culturais.
Quanto aos bens patrimoniais já foram tombados:
A Educação Patrimonial é um trabalho realizado nas escolas municipais com a aplicação de cartilhas sensibilizando as comunidades: escolar e civil para o conhecimento e preservação dos bens patrimoniais culturais.
Quanto aos bens patrimoniais já foram tombados:
- Igreja Matriz Nossa Senhora da Ajuda, bem imóvel;
O acervo sacro da Igreja Matriz Nossa Senhora da Ajuda, bens móveis e integrados: 1.Imagem de Nossa Senhora da Ajuda ( a padroeira do município);2.Imagem de São Bento Abade;
3.Os Passinhos da Via Sacra
- Conjunto Arquitetônico e Urbanístico Praça Joaquim Luiz da Costa Maia (bem imóvel):
1.Prédio da Prefeitura
2.Prédio da Câmara Municipal
3.Clube Jubileu de Prata
- Prédio da Cacisa (bem imóvel)
- Imagem Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, bem móvel;
- Toponímia da Primeira Povoação do Ambrósio, bem imaterial;
- Festa do Rosário/Reinado, legado cultural do Quilombo do Ambrósio encontra-se registrado como Bem imaterial histórico municipal.
- Fonte Bibliográfica: Lima, Maria Salomé Reis Alves de. História de Cristais: Da Primeira Povoação do Ambrósio à Saga Lindeira do Município. Belo Horizonte: FAPI, 2012.
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